São Paulo
Raphael Montes, 32, entrou no cenário literário e cinematográfico brasileiro há menos de 10 anos, em 2014, com o livro “Dias Perfeitos”. Desde então, publicou sete obras de suspense, assinou os roteiros da franquia “A Menina que Matou os Pais”, sobre a história de Suzane von Richthofen, e de “Bom Dia Verônica”, que está caminhando para a terceira temporada. Agora ele tem mais uma história sendo adaptada para as telas: a novela “Beleza Fatal”, produzida pela HBO Max.
Em conversa com o F5, o autor compartilhou novidades sobre o roteiro da trama, que deve chegar em 2024 à plataforma de streaming. Ele planeja incluir elementos clássicos de suas histórias na trama, que contará estrelas saídas diretamente da Globo, como Camila Queiroz, Giovanna Antonelli, Vanessa Giácomo e Camila Pitanga.
A proposta é ter muito romance, drama familiar e também bastante suspense, com reviravoltas e alguns crimes. Segundo ele, é uma novela bastante ousada, com coisas que nunca foram vistas antes no gênero.
O autor, que se diz um grande fã de novelas desde a infância, conta que quer “causar” com seu primeiro folhetim, e destaca suas peculiaridades: “É uma novela completa, já escrita, sem ajustes com base na reação do público. Terá 40 capítulos, em comparação com as novelas da TV aberta, que geralmente têm de 150 a 200”. A forma de lançamento ainda não está definida, segundo ele.
A trama será focada em duas famílias que se unem por vingança a uma terceira, dona de uma clínica de estética que provocou a morte de uma mãe e de uma filha. “Eu chamo de ‘serial revenge’ —é uma vingança de duas família simples contra uma família rica”, adianta o autor.
Ele ainda deixa no ar que talvez as coisas não saiam exatamente como planejado para os menos abastados: “Fazer justiça com as próprias mãos é bom? Minha resposta é que não”.
O roteiro foi escrito há dois anos e está, desde o último mês de setembro, sendo executado pela produtora Coração da Selva, com gravações em São Paulo e no Rio. Apesar disso, Raphael Montes afirma que temas da atualidade poderão aparecer na história, que tem, por exemplo, um transplante de coração.
Mas como será que ele previu que o tema estaria em alta com a cirurgia de Faustão neste ano? O autor diz que, assim como outros escritores, tem “uma espécie de antena”. “Em vez de querer copiar ou ir atrás do que vai ser tendência, você acaba escrevendo algo que vai virar tendência quando for publicado”, comenta.
Nas redes sociais, ele faz o que Arthur Conan Doyle e Agatha Cristie nunca puderam fazer: interagir com os leitores em tempo real, como forma de se aproximar deles. “Eu escrevo ao longo de dois, três anos, demoro mais um ano para publicar, e o livro chega na livraria e as pessoas demoram mais um ano para ler. Eu sou um autor que gosta de ser lido e gosta de ser visto”, diz ele. “É importante para mim, para dar sentido ao que eu faço.”
Recentemente, Raphael Montes lançou “A Mágica Mortal: Uma Aventura do Esquadrão Zero”, sua primeira experiência com literatura infantojuvenil. E será que ainda falta algo por conquistar? Ele diz que ainda sonha em dirigir cinema, escrever peças de teatro e talvez histórias em quadrinhos.
“Eu achei que não sabia escrever um livro. Fui lá e escrevi. Me chamaram para fazer televisão —eu nunca tinha estudado roteiro. Fui lá e aprendi. Já estou estudando para dirigir”, diz ele, confiante. “Essa é a graça, é a adrenalina da vida.”
Fonte: Folha de SP
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