O mundo adora filmes de terror. Entra ano e sai ano, com crise ou sem crise, produções com monstros sobrenaturais, assassinos em série ou demônios das profundezas seguem povoando a imaginação e lotando as salas. Sentir medo no escurinho do cinema é, afinal, um grande barato.
Nada, entretanto, é desculpa para a total falência criativa de um subgênero muito específico do terror: os filmes sobre exorcismos. Embora eles continuam sendo produzidos de baciada, nada na memória recente é digno de nota. “Invocação do Mal”? Boa tentativa, mas o estopim do universo criado por James Wan já está completando 10 anos. Pois é.
“13 Exorcistas” é só mais um tijolinho na parede de mediocridade do gênero. Essa produção espanhola não traz absolutamente nada novo a este universo, e ainda tropeça na hora de fazer o copy/paste habitual. O elenco é ruim, a produção é tosca, o roteiro sugere caminhos e os abandona segundos depois. É dureza.
Mas vamos lá. Uma adolescente (atriz genérica 1) reservada sai escondida para uma festa de Halloween com a amiga descoladinha (atriz genérica 2). Elas se encontram com dois sujeitos em um prédio abandonado, eles fazem uma invocação espiritual (por motivos de “queremos”) e a tal moça volta para casa com um capeta no couro.
A partir daí, é o de sempre. Temos pais religiosos sem rumo, psicóloga cética perdida, uma ou outra cena de violência gratuita e o inevitável confronto com um padre (ator genérico… sei lá, perdi a conta) que vai realizar o exorcismo. Olhos revirados, pele marcada, voz gutural e contorcionismo com o som de ossos partidos vem com o pacote.
Pronto. É isso. Você certamente não vai se assustar, mas se a ideia é usar a sessão de cinema como esquenta para o barzinho, ao menos a turma terá assunto. Se o tema “exorcismo” render, dá para juntar o pessoal no sofá e zapear pelas plataformas de streaming, com a garantia de encontrar produções melhores. Todas com no mínimo uma década de idade.
Ah, e não existem treze exorcismos em “13 Exorcismos”. Eu sei. Eu contei.
Fonte: UOL Cinema