Sequência direta da série hit da BBC exibida entre 2010 e 2019, Luther: No Cair da Noite (2023) traz Idris Elba de volta ao papel que o transformou em astro e lhe rendeu quatro de suas cinco indicações ao Emmy. Agora na Netflix, o personagem estrela a sua história mais violenta até hoje.
Após cinco temporadas de sucesso na TV, Luther ganhou um filme na Netflix com espírito de filler. No Cair da Noite conta com pouquíssimos personagens e referências da atração original, dando destaque para novos (e bons) nomes para que o espectador que nunca assistiu a um episódio da série consiga aproveitar o longa sem ficar boiando.
Na trama, o detetive John Luther (Elba) é encarregado de investigar o desaparecimento de um jovem. Apesar de o sumiço parecer obra do acaso, ele acredita que o mistério não seja tão simples assim. Seus objetivos vão por água abaixo quando o responsável pelo sequestro da vítima, o bilionário da tecnologia David Robey (Andy Serkis), expõe vários de seus pecados realizados enquanto membro da polícia.
Após quebrar regras ininterruptamente para capturar bandidos, Luther finalmente é exposto e levado à prisão. Esta parece ter sido a maneira encontrada por Neil Cross, criador da série e roteirista do longa, de mostrar ao novo espectador que seu protagonista era um homem longe de ser perfeito –seus pecados finalmente vieram cobrá-lo.
Cynthia Erivo em cena de Luther: No Cair da Noite (2023)
Divulgação/Netflix
Com Luther na cadeia, o vilão passa a ser perseguido pela nova detetive Odette Raine (Cynthia Erivo). Além de substituir o antigo titular, ela não compartilha da mesma admiração que outros têm por Luther, como o antigo chefe e agora aposentado Martin Schenk (Dermot Crowley).
Robey, então, passa a provocar o ex-detetive em sua cela de prisão, junto com outros presidiários que adorariam matar o protagonista na primeira oportunidade disponível. Mas o relógio está correndo em uma ameaça maior para os cidadãos de Londres, e Luther percebe que, para pegar o assassino, terá que infringir a lei mais uma vez, com mais força do que nunca.
O resultado é uma fuga alucinante da prisão que conta com uma das melhores sequências de ação de toda a franquia. Embora Luther seja mais conhecido pela sua perspicácia do que por técnicas de combate, o longa se aproveita do físico de Idris Elba para colocá-lo trocando socos com dezenas de prisioneiros ao mesmo tempo.
A violência exacerbada de No Cair da Noite não fica restrita apenas às cenas de ação de Luther. As atitudes macabras de David Robey jogam luz em uma seita de assassinos e sádicos que se aproveitam de informações negativas das pessoas para obrigá-las a cumprirem ordens, mesmo que estas sejam um suicídio em massa bem no centro da popular praça Piccadilly Circus.
Andy Serkis vive o vilão David Robey
Divulgação/Netflix
Com seu lado sádico, o personagem de Andy Serkis se prova o antagonista perfeito para o detetive de Idris Elba, mas No Cair da Noite passa constantemente a sensação de que cumpre menos do que prometeu. A escala da trama e os planos do vilão são maiores do que qualquer outro da franquia, assim como as sequências de ação protagonizadas por Luther, mas o longa comandado por Jamie Payne nunca chega ao ápice que parecia estar no horizonte.
Há um senso de urgência na narrativa que nem sempre afeta a história de forma positiva. Quem sofre com isso é a novata detetive Raine, que vai de principal obstáculo para o retorno de Luther à sua principal aliada em segundos, tornando a parceria entre os dois menos orgânica e natural do que poderia ser.
Luther: No Cair da Noite é uma boa adição à franquia, mas deixa a sensação de que poderia ser uma sequência maior e melhor do que o resultado final. Como o longa deixa espaço aberto para o retorno do detetive, os fãs podem torcer para que o icônico personagem de Idris Elba ganhe um spin-off cinematográfico realmente à altura de seu legado.
Assista ao trailer oficial do filme:
Luther: No Cair da Noite
Trailer oficial
Fonte: UOL Cinema
