Você sabia que, em diversos momentos de sua história, a Netflix foi obrigada a editar filmes e séries após o lançamento? Na maioria das vezes, essas “edições tardias” envolvem polêmicas internacionais, críticas à caracterização de certos atos, problemas jurídicos, ações de marketing e questões operacionais.
Atualmente, a Netflix ainda lidera o mercado das plataformas de streaming – seguida de perto pelo Prime Video, Disney+ e Paramount.
De acordo com dados da revista Forbes, a plataforma encerrou 2022 com cerca de 231 milhões de assinantes espalhados por 190 países.
Confira abaixo 7 situações nas quais a Netflix foi obrigada a editar seus filmes e séries mesmo após o lançamento; confira!
Bird Box mostrou um acidente real
Lançado em 2018, o filme de terror Bird Box, protagonizado por Sandra Bullock, se tornou um dos primeiros sucessos virais da Netflix. O início do filme consiste em uma sequência de noticiários que mostra como a sociedade ruiu e o mundo entrou em um estado pós-apocalíptico. Foi justamente essa sequência que teve que ser editada após o lançamento do longa.
O motivo? Um dos acidentes mostrados na montagem é real. Trata-se do acidente do trem Lac-Megantic, um dos piores desastres sobre trilhos da história do Canadá. Ocorrido em 2013, o acidente ceifou a vida de 47 pessoas, além de causar enormes danos à infraestrutura de Quebec. A Netflix só removeu a cena de Bird Box após 4 meses de protestos do público.
Stranger Things “levou fumo”
Em seus primeiros anos de história, a Netflix foi muito criticada pela organização anti-tabagista Truth Initiative pela caracterização do fumo em suas produções originais. Séries como House of Cards e Orange is the New Black entraram na mira do grupo, mas os esforços de boicote foram concentrados, principalmente em Stranger Things.
Segundo a organização, todos os episódios da 1ª temporada da série mostravam personagens fumando – o que faz sentido, já que a série é ambientada nos anos 80. Mesmo assim, devido ao fato de Stranger Things ser voltada para o público adolescente, a Netflix decidiu remover todas as referências ao tabagismo em produções recomendadas para espectadores de até 14 anos.
13 Reasons Why teve que ser reeditada várias vezes
Uma das séries mais polêmicas da Netflix, o drama teen 13 Reasons Why teve que ser reeditado várias vezes. Afinal de contas, em sua versão original, a produção mostrava o suicídio da protagonista Hannah em detalhes terrivelmente explícitos. Em um primeiro momento, a Netflix adotou um aviso de gatilho no episódio em que Hannah se mata.
Eventualmente, a plataforma também incluiu esse mesmo aviso em mais 3 outros episódios da 1ª temporada. Antes do lançamento do segundo ano, a Netflix publicou um vídeo de alerta sobre o conteúdo da série. Por fim, dois anos após a estreia original, a plataforma finalmente cortou a polêmica sequência do suicídio de Hannah.
Round 6 teve que ser editada por motivo inusitado
Lançada em 2021, Round 6 se tornou um verdadeiro fenômeno internacional na Netflix, quebrando recordes como a série de língua não-inglesa mais popular da plataforma. A 1ª temporada da produção sul-coreana também teve que ser reeditada por um motivo bastante inusitado: a inclusão de um telefone real em sua trama.
Como os fãs de Round 6 já sabem, os potenciais participantes dos jogos mortais recebem um cartão com um misterioso número de telefone. O número exibido na 1ª temporada, para o desespero de um sul-coreano azarado, existia de verdade! A partir daí, inúmeras pessoas passaram a ligar para ele, e por isso, a Netflix foi obrigada a reeditá-lo.
Os mapas de O Monstro ao Lado
A série documental O Monstro ao Lado chegou à Netflix em 2019 – e não demorou a se envolver em uma grande polêmica internacional. O documentário true crime acompanha a história de John Demjanjuk, um homem acusado de ser o infame nazista Ivan, “O Terrível”, um dos guardas mais violentos do campo de concentração de Treblinka.
Para ilustrar melhor a localização do campo, a série utiliza um mapa com as fronteiras modernas da Europa, em vez dos limites adotados na Segunda Guerra Mundial. Esse mapa, de maneira incorreta, dá a entender que o campo ficava na Polônia. Até mesmo Mateusz Morawiecki, o primeiro-ministro do país, detonou a Netflix pelo erro. A plataforma se desculpou e reeditou a cena.
A polêmica de Hasan Minhaj
A série Patriot Act with Hasan Minhaj, que durou por 6 temporadas na Netflix, representa a única vez em que a Netflix foi obrigada a reeditar uma produção original devido a uma orientação legal. Em um dos episódios da série, o apresentador Hasan Minhaj critica o governo da Arábia Saudita – particularmente a Família Real do país, liderada pelo príncipe Mohammed bin Salmad) pelo papel no assassinato do jornalista Jamal Khashoogi.
O governo da Arábia Saudita fez uma reclamação formal à plataforma, e por isso, a Netflix decidiu remover o episódio de seu catálogo no país. “Apoiamos fortemente a liberdade artística, e só removemos este episódio, apenas na Arábia Saudita, depois de recebermos uma solicitação legal válida para o cumprimento da lei local”, disse a plataforma em uma nota oficial.
O erro de Chris Rock
O comediante americano Chris Rock lançou, recentemente, o especial de stand-up Indignação Seletiva na Netflix. No show, o humorista é claro, fala sobre o tapa que recebeu de Will Smith após ofender a esposa do astro no Oscar de 2023. A Netflix também decidiu reeditar o especial, mas não devido às declarações problemáticas do ator.
Em Indignação Seletiva, Chris Rock comete uma pequena gafe: o humorista confunde o filme Emancipação, lançado por Will Smith em 2022, com Um Homem Entre Gigantes, de 2016. Devido à confusão, a Netflix optou por reeditar a cena. A plataforma também inclui um aviso sobre essa edição no próprio especial.
Fonte: UOL Cinema