- Belíssima traseira
- Autonomia de bateria é muito grande
- Fotos boas na maior parte do tempo
- Sem proteção contra água e poeira
- Mesmo chip da geração passada
- Chegou e continua caro
A Realme vem aumentando sua participação no Brasil, focando em celulares intermediários e um dos mais recentes dela é o Realme 10 Pro Plus. Ele é o mais potente de um trio de aparelhos com mesmo nome, mudando apenas o sufixo e traz aquele visual emprestado de smartphones mais caros e completos da própria marca asiática.
Por fora ele brilha bastante com um acabamento que parece ter dois materiais diferentes, mostra aro das câmeras muito maior do que apenas o necessário para acomodar as lentes e também vem recheado de polêmica: no Brasil o Realme 10 Pro Plus chegou em versão menos potente do chip da MediaTek.

Realme 10 Pro Plus
Amazon
Será que isso faz diferença? Ter um chip menos pomposo realmente muda a vida do usuário? Eu passei as últimas semanas com o Realme 10 Pro Plus no bolso e conto minha experiência neste review.
Traseira belíssima (mais uma vez)
No mundo dos celulares intermediários, como pouco do software muda entre um aparelho e outro, é comum encontrar mudanças bacanas na parte externa e por aqui este é o cenário. A tampa traseira da bateria, que não é removível, é feita em plástico e atrás dele ficam o que poderiam ser dois tipos diferentes de acabamento.

O primeiro parte da lente principal e faz retas serem espalhadas pelo corpo, enquanto o segundo fica perto do nome da fabricante e lembra areia. A inferior segue para a parte superior e vai diminuindo em quantidade, sendo que ambas refletem diversas cores diferentes de forma muito semelhante ao que temos em um prisma.
É lindo e este é um exemplo de uso já repetido pela Realme, que conseguiu até mesmo colocar na traseira um material que troca de cor. Quando a luz solar bate no Realme 9 Pro Plus, uma camada fotocrômica faz o azul virar vermelho em poucos segundos.

A regra que criei para o Realme 9 Pro Plus segue a mesma no Realme 10 Pro Plus: não use capinha se você gosta de um visual desses, ou então utilize uma transparente. Não ouse esconder tanta beleza deste celular.
Ainda atrás ficam as três câmeras, sendo o sensor principal com 108 megapixels e o secundário fazendo ultrawide com 8 megapixels, enquanto o último componente divide espaço com o segundo deles e faz macro com 2 megapixels.

As bordas são curvadas para trás, em um visual muito semelhante ao dos Galaxy S mais antigos, como o Galaxy S7 Edge – ele me lembra bastante o S8 Plus com bordas mais finas, na verdade. A pegada é confortável, as bordas são de metal e na frente temos uma tela AMOLED de 6,7 polegadas com o que se espera deste tipo de painel.
Entenda como: cores bem vivas e contraste beirando o infinito, com brilho forte o suficiente para a leitura acontecer mesmo em locais extremamente iluminados. A atualização é marcada em 120 Hz e isso deixa animações mais fluídas.

Existe uma informação curiosa sobre telas com ao menos 90 Hz de atualização: elas dão a sensação de que o chip é mais forte do que ele realmente é. Já escutei isso de gerente de produto de grande fabricante de celulares e de outros executivos, então por isso praticamente todo intermediário já adota algo acima dos 60 Hz. É importante, é para o marketing também.
Divagações a parte, eu gostei do resultado do que vi e achei a câmera com duas lentes como uma escolha inteligente para o problema gerado por resolução tão baixa na macro: é melhor deixar o sensor meio de lado. Aqui o marketing deve ter brigado, imagino a cena.
Chip de geração passada
Passando para dentro, uma surpresa não muito agradável foi ver o Realme 10 Pro Plus chegar ao Brasil com exatamente o mesmo chip utilizado pela marca asiática para a geração anterior, com o Realme 9 Pro Plus. Isso significa que o Dimensity 920 está por aqui mais uma vez, enquanto no mercado internacional o Dimensity 1080 foi escolhido.
Ao menos a unidade de testes trouxe a maior quantidade possível de RAM, com 12 GB para compensar o fato do chip. Ajuda, mas não faz tanta diferença assim para o usuário que já pode pegar um pouco da memória interna e levar para a volátil, com limite de 12 GB extras.

Olhando para detalhes técnicos, os dois chips contam com litografia de seis nanômetros, feitos pela mesma TSMC, são octa-core e utilizam a mesma placa gráfica, mas existem diferenças pontuais entre eles e que não podem ser resolvidas por software. Uma delas é a possibilidade de filmar em 4K com HDR e qualidade superior na hora de registrar fotos no Dimensity 1080.
O processador de imagem também é diferente, com promessa de fotos melhores de noite no Dimensity 1080 do que no Dimensity 920.
Enfim, voltando para o uso cotidiano: faz diferença? Não. O usuário não vai notar que o Dimensity 920 é inferior ao 1080 e isso não vai alterar a forma como ele lida com o celular. A única diferença fica por conta do 4K com alcance dinâmico maior, mas se você ficar no Full HD mesmo, nada muda.
Olhando para o desempenho em si, eu consegui abrir tudo que precisava sem a necessidade de ver o tempo passar. Isso significa que você vai abrir apps e jogos de forma instantânea e eles vão permanecer onde você os deixou, quando pular para outro programa e depois retornar – 12 GB de RAM permite isso com folga.

A Realme UI 4.0 vem evoluindo aos poucos e lembra bastante a MIUI da Xiaomi andando de mãos dadas com o iOS do iPhone, mas com tempero próprio. Um ponto que me agradou foi a diminuição considerável nos erros de tradução quando o Português do Brasil é selecionado. Até pouco tempo não era raro encontrar ecrã ou contactos, hoje temos este detalhe em menos locais – a área de ajustes de jogos continua firme e forte com o português europeu.
O Android 13 vem de fábrica, o que já é bom negócio e uma alteração que me agradou foi a possibilidade de diminuir um aplicativo para que ele ocupe uma janela flutuante bem pequena. Dois toques nela fazem o app ser reaberto em tela cheia.
Boas câmeras
Se por um lado o chip do Realme 10 Pro Plus vem da geração passada, por outro a câmera principal teve sua resolução elevada em quase duas vezes. Por aqui são 108 megapixels contra 50 do modelo anterior e isso permite zoom digital sem perder qualidade, já que é apenas o corte de uma grande foto – exatamente como o Lumia 1020 fazia, lembra?

Depois de bater a foto, o resultado geral me agradou bastante, mas o número 108 é muito maior do que a felicidade que tive com as fotos. A sensação é que este novo sensor não evoluiu ao deixar de lado o de 50 megapixels da geração passada – que já era ótimo.


A imagem fica ruim? De forma alguma, mas dobrar o principal número da câmera faz a expectativa do consumidor crescer pra algo como “duas vezes melhor”. Para evitar um arquivo gigantesco (cerca de 40 MB), a imagem fica com 12 megapixels e existe bastante detalhe preservado, com contraste muito bom e o trabalho do HDR está ótimo.


Em ambientes bem iluminados, o zoom digital trabalhando com corte do sensor principal faz muito bem seu trabalho e preserva tudo como antes. A lente ultrawide também me deixou animado com os testes.


A lente macro segue com o mesmo padrão de sensores com resolução tão baixa: os detalhes se perdem e a queda é enorme quando comparamos com as fotos das outras lentes. Por outro lado, eu já vi resultados piores em outros modelos, então por aqui você até pode usar a captura em uma rede social, sem ficar muito feio.


De noite a garantia de zoom sem perder qualidade fica longe aqui, o ruído é claramente visível e a qualidade da captura cai bastante. O modo noturno segura um pouco do problema, mas saiba que a lente principal em 1x sempre terá fotos muito superiores em detalhes, luzes, cores e contraste.



Já em selfies, o resultado dos 16 megapixels é bom. Encaixa bem em redes sociais e também para salvar a imagem no álbum de fotos virtual.

Bateria para o dia todo, com folga
Indo para a bateria, aqui são 5.000 mAh. O número é tradicional de quase todo celular e ele entrega um dia inteiro de uso, sem estrangular o final dele com quase nada de energia. Eu fiz isso com três horas de vídeo no YouTube, duas de podcasts, meia hora jogando Asphalt 9, muita rede social e fotos para o review.
A autonomia está neste nível muito provavelmente por conta do chip Dimensity 920 ser feito em litografia de 6 nanômetros, entregando um uso mais econômico do conjunto todo.

Finalizei o dia, de noite, com algo perto de 15% de energia. A parte bacana é a presença de um carregador com 67 watts na embalagem e ele faz o Realme 10 Pro Plus sair de 0% e chegar em 50% de carga em 16 minutos na tomada. Mais 15 minutos e o celular já marcava 85%. Para ter a carga completa, bastam 40 minutos.
Realme 10 Pro Plus: vale a pena?
Sim, o Realme 10 Pro Plus é um celular bacana para quem já sabe que procura um intermediário com mais músculo. Ter 12 GB de RAM faz toda diferença do mundo e ele pode chegar até 24 GB no total, o que acaba escondendo a polêmica do chip Dimensity 920 no lugar do 1080 utilizado no mercado internacional.

Em fotos os resultados com a câmera principal foram muito bons, mas não se deixe enganar por 108 megapixels. O Realme 9 Pro Plus já era ótimo e temos pouquíssima evolução aqui, mesmo com ele entregando metade da resolução no sensor. O zoom “sem perdas” realmente acontece, mas esqueça ele de noite.
A bateria faz bem seu papel e o carregador é um deleite. Meia hora de tomada e você beira 90% de carga, saindo do 0%.
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Desempenho
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Design
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Câmeras
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Bateria
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Sistema/Interface
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Tela
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Conectividade
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Resistência
Realmente 10 Pro Plus: ficha técnica
Tela: | AMOLED de 6,7 polegadas 2.412 x 1.080 pixels 120 Hz Brilho máximo de 800 nits HDR10+ |
Processador: | Mediatek Dimensity 920 (6 nm) Octa-core (2×2,5 GHz Cortex-A78 e 6×2,0 GHz Cortex-A55) |
GPU: | Mali-G68 MC4 |
RAM: | 12 GB |
Armazenamento: | 256 GB (UFS 2.2) |
Câmeras traseiras: | Principal: 108 MP f/1.8 Ultrawide: 8 MP f/2.2 Macro: 2 MP f/2.4 |
Câmera frontal: | 16 MP f/2.5 |
Sistema Operacional: | Android 13 com Realme UI 4.0 |
Conexões: | Wi-Fi 6 (2,4 GHz e 5 GHz) Bluetooth 5.2 (A2DP, LE, aptX HD) USB-C (2.0) NFC GPS (L1+L5), GALILEO, GLONASS, BDS, QZSS |
Bateria: | 5.000 mAh Carregamento rápido de 67 watts (incluso) |
Outros: | Leitor de impressões digitais (sob a tela) |
Dimensões: | 161,5 x 73,9 x 7,8 mm |
Peso: | 175 gramas |
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Fonte: Folha | G1 | Olhar Digital