Dainara Toffoli é o tipo de diretora que quer causar impacto no mundo com as suas obras. À frente da segunda temporada do fenômeno As Five, do Globoplay, a cineasta, muito envolvida nas questões do universo feminino, busca trazer à tela uma representatividade feminina que seja plural, do jeito que ela gostaria de ter visto anos atrás quando era adolescente.
“Eu não quero dar visibilidade só para elas, eu quero dar visibilidade para mim. Eu também não tinha espelho, porque os formatos de mulher que o entretenimento do audiovisual nos trouxe sempre foram muito ‘nada’”, afirma Dainara em entrevista exclusiva à Tangerina.
“Queria criar esse espaço para outras mulheres que eu nunca tive como exemplo. Eu nunca fui aquela apaixonada que se apaixonava enlouquecidamente, eu queria ver esportista, eu queria ver outros modelos. Agora, o audiovisual vem trazendo isso; os filmes dirigidos por mulheres têm trazido um frescor para a gente, espelhando melhor a sociedade e abrindo espaços.”
Além da ampla representatividade LGBTQIA+ que a série As Five apresenta ao público, Dainara fez questão de dar ainda mais visibilidade a um ponto muito sensível nesta segunda temporada, que é o fato de Keyla (Gabriela Medvedovski) ser uma mãe solo. “Para mim e para a Gabriela, é muito importante que toda cena em que, mesmo que não estivesse escrito, a gente pudesse colocar na ação da personagem alguma coisa que tivesse a ver com essa mãe que está sempre atarefada, atrás da criança, a gente colocava. A gente tentava, em todas as camadinhas possíveis, trazer a questão da maternidade”, acrescenta.
“Existem mães em qualquer idade –principalmente mães sem suporte. Por isso, para mim era importante que a cada segundo a Keyla tivesse essa preocupação com o filho.”
Para Dainara Toffoli, a história não somente de As Five, mas de outras séries e filmes nos quais trabalhou, só flui quando se cria um ambiente colaborativo entre todos da equipe.
“É importante estarmos abertos para a troca quando estamos em uma série, porque a velocidade de resposta que um diretor tem que dar é muito rápida. São muitos departamentos, tudo concentrado. Então é necessário confiar e escutar a equipe, fugindo daquele modelo antigo de diretor que entrava em um lugar e mandava o que queria”, explica.
As Five: O que esperar do restante da segunda temporada?
Agora mais maduras e adultas, as cinco amigas viverão momentos tensos de descobrimento pessoal na segunda temporada da série. Dainara Toffoli dá destaque às mudanças cruciais que acontecerão nos novos episódios.
“Elas estão nessa fase da vida em que é necessário sedimentar coisas, em que é necessário se comprometer mais. É um momento de fazer escolhas que poderão virar a página de amanhã. É um desafio”, declara a diretora.
“Temos triângulos amorosos, brigas e muitos gatos entrando no elenco também”, brinca. “As questões femininas também entram mais fortemente nessa temporada, principalmente relacionadas à mulher negra. A Ellen, que trabalha com tecnologia, vai ter que lidar diretamente com o preconceito enraizado no algoritmo, ainda terá essa camada do relacionamento com uma mulher mais velha.”
Para coroar, a temporada promete três atrações musicais, para as quais Dainara está extremamente empolgada. “É incrível, porque é só uma ‘mulherada’ maravilhosa!.”
A segunda temporada de As Five está sendo exibida exclusivamente no Globoplay, com episódios semanais, liberados às quartas-feiras.
Fonte: UOL Cinema