Brendan Fraser, 54, ganhou o Oscar 2023 de melhor ator por sua atuação em “A Baleia”, filme da A24 dirigido por Darren Aronofsky (“Cisne Negro).
No longa, o artista vive Charlie, um professor de literatura de meia-idade que pesa 270 kg e, em decorrência da obesidade, tem vergonha do seu visual e de se relacionar com as pessoas. No entanto, quando o homem percebe que pode morrer a qualquer momento, ele tenta criar laços com a sua filha, quem ele abandonou anos atrás.
Para Fraser, interpretar Charlie não significa apenas ganhar o Oscar de melhor ator, mas também é um importante retorno de sua carreira.
Em entrevista exclusiva a Splash, Fraser disse que viver uma pessoa obesa no cinema não foi nada fácil. “Foi desafiador, e acho que você precisa ter coragem para desempenhar certos papéis, especialmente um como Charlie, porque é arriscado.”
No entanto, ele também é um papel fantástico. Acho que você dever se arriscar na arte e no cinema. Talvez não na vida, mas corra riscos criativos, porque é de lá que você vai aprender algo. Provavelmente indo em direção ao medo, como dizem.
Para interpretá-lo, o ator diz ter estudado além do que era convencional, e fez questão de entender detalhes sobre a vida de pessoas que vivem com obesidade.
“Consultei um grupo de ajuda chamado Obesity Action Coalition [Aliança de Ação da Obesidade, em tradução livre], e eles apoiam pessoas que passaram por procedimentos gástricos ou barátricos. Eles são um recurso para informações. Mas, além disso, eles são um grupo de defesa para acabar com o preconceito contra quem vive com obesidade, principalmente na mídia.”
O contato com a instituição fez Fraser perceber os preconceitos que ainda existem ao retratar obesos.
“Existem frases e atitudes comuns em relação às pessoas com obesidade retratadas na mídia, e ter esse preconceito contra eles em nossa cultura e nossa sociedade é provavelmente o último refúgio de preconceito que ainda mantemos, de todas as diferentes maneiras de sermos terríveis entre si.”
Segundo explica, a sua intenção era criar um personagem que não repetisse erros que já foram cometidos pela indústria do cinema. Fraser explica que quis ir além, e não tratar Charlie como motivo de piada ou tratá-lo de maneira desrespeitosa.
Eu quis que Charlie fosse retratado com dignidade.
Para isso acontecer, ele explica, era preciso ter um cuidado maior com a maquiagem e as próteses usadas, que pesavam cerca de 130 kg. “Foi complicado, porque se elas parecem pesadas de usar, é porque elas realmente eram.”
“E obedece à física e à gravidade de uma forma que a maioria dos figurinos que vimos em filmes anteriores, que são apenas uma espécie de silhueta preenchida com enchimento de algodão, não fazem. As próteses me fizeram ter a preocupação e o cuidado de como é viver como um homem com o corpo de Charlie.”
“A Baleia” é dirigido por Darren Aronofsky, cineasta conhecido por “Cisne Negro” e que ajudou Brendan Fraser a voltar para Hollywood. A Splash, o ator foi apenas elogios.
“Ele é um diretor que não oferece respostas fáceis sobre a condição humana. Ele é um colaborador maravilhoso, vê tudo. E ele tem essa capacidade de resolver vários problemas simultaneamente. Ele é um dos maiores diretores que temos agora”, disse. “
“Senti uma certa intimidação criativa ao conhecê-lo pelo quanto o admirava e respeitava. Mas isso se dissipou muito rapidamente quando ele se revelou um perfeito cavalheiro, uma pessoa altamente atenciosa e um cineasta de visão que nunca abre mão dessa visão. Portanto, é emocionante trabalhar com alguém tão bom quanto eles, ter tanto controle quanto eles”, encerrou.
Fonte: UOL Cinema
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