diretor fala sobre religião no filme

M. Night Shyamalan, 52, ganhou notoriedade quando, em 1999, dirigiu “O Sexto Sentido” e chocou o público com a reviravolta do final do filme. Duas décadas se passaram desde a produção sobre um garotinho que vê gente morta, e o cineasta lançou diversos outros títulos com diferentes abordagens de assuntos sobrenaturais, como extraterrestres no caso de “Sinais” (2002), cultos estranhos na série “Servant” e, agora, “Batem à Porta” filme que mistura religião e ideias de fim do mundo.

A Splash, Shyamalan contou que não é uma pessoa muito religiosa, mas tem bastante curiosidade sobre o assunto: “o que mais me interessa é a mitologia em volta delas.”

“Fantasmas, alienígenas? Gosto de contar essas histórias e fazer versões delas no mundo real, com versões modernas. Fundamentando-as e dando-lhes a possibilidade de ser verdade.”

Para ele, “Batem à Porta” justamente aborda aspectos religiosos que poderiam ser verdade em 2023.

O filme, que já está em cartaz nos cinemas brasileiros, conta a história de um casal interpretado por Jonathan Groff e Ben Aldridge, que viaja com a filha para uma cabana isolada. A tranquilidade da viagem é interrompida quando quatro pessoas invadem o local e clamam que precisam proteger o mundo do colapso.

Contar mais detalhes do longa pode estragar a experiência, afinal, como a maioria dos títulos do M. Night Shyamalan, cada revelação da trama é de grande importância para o roteiro e muda toda a percepção do público.

A Splash, o diretor rechaça a ideia de ser o “pai da reviravolta”, mesmo que ele seja conhecido por criar algumas memoráveis — como o caso de “O Sexto Sentido”.

“Gosto de ser chamado de ‘irmão bonito da reviravolta’ ao invés de pai”, brinca. “Falando sério, eu não foco apenas nas mudanças na história. Eu gosto do mistério e adoraria ser reconhecido por isso, por ser um escritor de mistérios.”

“Quero criar perguntas e da ideia de acompanhar os personagens enquanto eles acompanham o desenrolar e percebem que o que estavam acontecendo ou ficam confusos porque as coisas que eles estão presenciando não fazem sentido.”

Shyamalan explica que, ao pensar em ideias para seus projetos, busca histórias que provoquem não apenas o público, mas a ele também.

“Penso: isso é emocionante o bastante para que eu fique dois anos trabalhando com isso? E foi o que aconteceu quando eu li o livro [“The Cabin at the End of the World”, algo como ‘A cabana do fim do mundo’, escrito por Paul G. Tremblay]. Eu tive um nível alto de empolgação e racionalidade em mim, pois não conseguia acreditar quão poderosa era a ideia.”

Eu adoro contar a premissa às pessoas e elas ficarem: ‘O quê? Como? O que acontece?’, e eu repondo: ‘Vai ter que assistir para descobrir’.

Por fim, ao ser questionado sobre uma grande reviravolta de um filme que ele adoraria esquecer para ter o prazer de assistir de novo, o diretor revela: “‘O Planeta dos Macacos’, original. Aquele final foi tão profundo para mim. Eu era criança quando assisti e suas implicações, agora como adulto, se mostram socialmente incríveis. Então, sim, esse seria incrível de assistir de novo.”