“Orfeu Negro” foi filmado no Brasil, com ator principal brasileiro, mas a vitória não foi nossa
Estamos próximos de mais uma edição do Oscar e, novamente, não teremos um representante brasileiro na disputa pela estatueta mais cobiçada do cinema. No entanto, podemos dizer que este sonho do cinéfilo brasileiro se tornou realidade em 1960, quando “Orfeu Negro” venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
A obra do diretor francês Marcel Camus é uma coprodução entre Brasil, França e Itália e é uma adaptação da peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes. Na história, Orfeu (Breno Mello), condutor de bonde e sambista do morro, se apaixona por Eurídice (Marpessa Dawn), uma jovem do interior que vai para o Rio de Janeiro fugindo da morte (Adhemar Ferreira da Silva), representada por um homem fantasiado que a persegue. O amor de Orfeu por Eurídice, entretanto, desperta a ira da ex-noiva de Orfeu, Mira (Lourdes de Oliveira), enquanto a morte acompanha tudo de perto.
Apesar das polêmicas sobre a forma exótica com que Camus retrata o Rio de Janeiro, “Orfeu Negro” trata de temas relacionados ao Brasil, foi filmado em solo brasileiro e ainda foi estrelado por Breno Mello, ator e jogador de futebol brasileiro, além de outros rostos conhecidos, como o da atriz Léa Garcia.
O filme venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1959, e o sucesso mundial rendeu uma indicação ao Oscar do ano seguinte, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Entretanto, a Academia classificou o filme como apenas francês. Com a vitória, “Orfeu Negro” se tornou o primeiro filme em língua portuguesa a vencer o Oscar e, até hoje, o único na categoria de Estrangeiro/Internacional.
Vale lembrar que, na época, as regras da Academia eram diferentes das atuais. Hoje, para que um filme represente o seu país de origem, é necessário que boa parte da obra seja falada em sua língua nativa.
Apesar de o Brasil não ter sido considerado vitorioso, “Orfeu Negro” teve um importante impacto cultural, servindo como produto de disseminação da cultura brasileira no mundo. O artista americano Jean-Michel Basquiat cita “Orfeu Negro” como uma de suas primeiras inspirações; e o ex-presidente americano Barack Obama afirma que o filme era o preferido de sua mãe.
Em 1962, o Brasil pôde comemorar uma vitória genuinamente sua: “O Pagador de Promessas” vencia a Palma de Ouro em Cannes. E, em 1963, o longa se tornava o primeiro da América do Sul a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas o vencedor foi da… França.
O Oscar 2023 está vindo aí! Para quem vai a sua torcida na categoria de Melhor Filme?
- “Nada de Novo no Front”
- “Avatar: O Caminho da Água”
- “Os Banshees de Inisherin”
- “Elvis”
- “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”
- “Os Fabelmans”
- “Tár”
- “Top Gun: Maverick”
- “Triângulo da Tristeza”
- “Entre Mulheres”
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Fonte: UOL Cinema