Os vencedores mais polêmicos do Oscar

Todo ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas escolhe os melhores filmes do ano, aqueles que são inigualáveis artística e tecnicamente. Essa é a teoria. Na prática, o negócio é bem diferente. O Oscar, como qualquer outra premiação, é pautada no lobby, panelinhas, amizades, interesses, mea culpa, e, claro, gosto pessoal dos votantes.

A cada ano, a Academia tenta se diferenciar dos meros mortais, e todo ano tenta fugir de uma polêmica, seja de racismo, misoginia, homofobia, etc. A lista é bem grande.

Dito isso, nem todos os ganhadores do Oscar não merecem o prêmio – há sim, filmes e artistas que mais que mereceram ganhar. Mas, também, há alguns eventos bizarros. Algumas escolhas questionáveis, para dizer o mínimo.

Assim sendo, criamos esta lista com os 10 vencedores mais polêmicos do Oscar. 10 filmes que definitivamente não mereceram ganhar – alguns sequer mereceram ser indicados! Confira!

Crash vence melhor filme sobre Brokeback Mountain

O aclamado drama romântico de Ang Lee, O Segredo de Brokeback Mountain, era o favorito da crítica para melhor filme rumo ao Oscar de 2006. Brokeback ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza antes de reivindicar os principais prêmios no Globo de Ouro e nos BAFTAs, mas o divisivo Crash, de Paul Haggis, roubou um pouco de seu trovão com uma vitória crucial do elenco no Screen Actors Guild Awards.

À medida que o Oscar se aproximava, relatos de homofobia entre a velha guarda da Academia (quem diria, não é mesmo?) vieram à tona e levaram muitos especialistas a se perguntarem se Brokeback poderia ganhar.

Atores e membros da Academia, como Ernest Borgnine e Tony Curtis, se manifestaram contra o filme, ambos dizendo que John Wayne desprezaria o filme por causa de seus cowboys gays. Eis que Crash prevaleceu sobre Brokeback Mountain em uma das mais controversas vitórias de melhor filme da história do Oscar.

Green Book vence melhor filme

Green Book: O Guia, um drama biográfico higienizado sobre o pianista de jazz negro Don Shirley (Mahershala Ali, que ganhou o Oscar de ator coadjuvante) e seu motorista e guarda-costas branco Frank “Tony Lip” Vallelonga (Viggo Mortensen, indicado a melhor ator), prevaleceu sobre Roma, Infiltrado na Klan, Pantera Negra e A Favorita, todos melhores ou mais culturalmente relevantes.

Green Book é um filme extremamente problemático, mas a Academia quis dar o prêmio para ele a fim de afastar polêmicas prévias sobre racismo na Academia. Fizeram isso da pior forma, dando o Oscar para o filme de um diretor branco, com narrativa problemática, enquanto dois outros longas com atores e diretores negros concorriam.

Bohemian Rhapsody ganha melhor edição

Não é possível que quem tenha votado em Bohemian Rhapsody para ganhar o Oscar de melhor edição efetivamente tenha visto o filme.

É só ver a cena infame de infindáveis cortes do Queen conversando à uma mesa para ver que a edição desse filme é um lixo completo.

Rami Malek vence Melhor Ator

Rami Malek dominou a temporada de Oscar 2019. Mesmo assim, o desempenho de Malek dividiu os críticos de cinema durante toda a temporada e o filme em si foi amplamente criticado. Muitos especialistas acreditavam que Bradley Cooper merecia o prêmio, não apenas por dar uma de suas melhores atuações em Nasce uma Estrela, mas também porque a Academia o esnobou na corrida de melhor diretor.

Malek só merecia ter ganhado o prêmio de maior dentadura.

Shakespeare Apaixonado vence qualquer coisa

Não apenas Shakespeare Apaixonado roubou o Oscar de Melhor Filme de qualquer um dos outros indicados – todos eram melhores, sem exceção – como trouxe a maior afronta ao Cinema brasileiro de todos os tempos.

A Academia decidiu dar o prêmio de Melhor Atriz a Gwyneth Paltrow ao invés de Fernanda Montenegro, que concorria por Central do Brasil. Até Glenn Close acha que isso foi um absurdo.

Tom Hooper vence Melhor Diretor

Você pode até gostar de O Discurso do Rei e sua narrativa 100% mamão com açúcar/ comercial de margarina. Mas dizer que Tom Hooper merecia o Oscar mais que David Fincher aí é demais.

David Fincher criou um de seus melhores filmes nesse ano, A Rede Social, enquanto Hooper fez uma sessão da tarde básica, o prelúdio ‘ok’ de The Crown.

Por sinal, Tom Hooper é o mesmo sujeito que dirigiu Cats alguns anos mais tarde. E ele tem um Oscar de Melhor Diretor.

Forrest Gump vence melhor filme

Forrest Gump merece o prêmio de melhor filme… de sessão da tarde. Definitivamente não mereceu ganhar o Oscar, especialmente não no lugar de Pulp Fiction.

Gump é divertido, marcante, icônico, mas não foge do básico em termos narrativos. Já Pulp Fiction ousou com sua narrativa não-linear, que não só influenciou incontáveis outros filmes, como marcou no imaginário popular diversas de suas cenas icônicas.

Kevin Costner vence Melhor Diretor no lugar de Martin Scorsese

Dança com Lobos, live-action de Pocahontas, rendeu a Kevin Costner o prêmio de melhor diretor. Não teria sido uma vitória ruim, não fosse um pequeno detalhe.

No mesmo ano, Martin Scorsese concorria ao Oscar por Os Bons Companheiros, seu melhor filme e um dos melhores longas-metragens já feitos. Uma afronta.

Esquadrão Suicida ganha o Oscar de Melhor Maquiagem

Esquadrão Suicida continua sendo um dos, se não o pior filme da DC. Apesar disso, ele ganhou um Oscar. Tudo bem, foi em uma categoria técnica, mas ainda assim, haviam candidatos muito melhores.

Dentre eles, Star Trek: Sem Fronteiras, que trabalhou com próteses, maquiagem, e muito mais, criando visuais únicos e convincentes, enquanto Esquadrão Suicida fez Margot Robbie ficar mais branca e Jared Leto mais bizarro.

Fonte: UOL Cinema

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