Disney faz nova tentativa de transformar atração de parque em sucesso de bilheteria

São Paulo

“Quando eu tinha 9 anos, minha mãe economizou para nos levar à Disney, e a Mansão Mal-Assombrada foi uma das primeiras atrações em que entramos”, lembra o diretor americano Justin Simien, 40. “Ela estava absolutamente aterrorizada —e me pôs medo o tempo todo. Nunca vou esquecer aquele passeio.”

Mais de três décadas depois, o cineasta é o responsável por tentar transformar o brinquedo do parque temático em um sucesso de bilheteria. “Mansão Mal-Assombrada”, que chegou aos cinemas nesta semana, tenta unir comédia e terror para toda a família em uma produção com cara de Sessão da Tarde.

“Eu cresci assistindo a esse tipo de filme”, afirma Simien, que ficou mais conhecido por criar a série “Cara Gente Branca”. “Amo esse tipo de filme, amo um bom filme de família até hoje, do tipo que todo mundo pode assistir, da criança ao adulto, passando pelos adolescentes e quem mais estiver no meio. Me vejo fazendo esse tipo de coisa.”

Não é a primeira investida da Disney nesse sentido. Em 2003, na esteira do sucesso de “Piratas do Caribe”, a empresa lançou uma primeira versão de “Mansão Mal-Assombrada”, com Eddie Murphy encabeçando o elenco. A produção, que teve público modesto e críticas ruins, deixou um gostinho de que poderia ter rendido mais.

Talvez por isso mesmo, a nova obra não é um remake —a trama foi reimaginada. Desta vez, ela é centrada no astrofísico Ben Matthias (Lakeith Stanfield), que acabou virando guia turístico em Nova Orleans, após sua vida ser abalada por uma tragédia familiar e por contratempos profissionais.

Ele é contatado pelo padre Kent (Owen Wilson) para ajudar a médica Gabbie (Rosario Dawson) e seu filho, Travis (Chase Dillon), a resolver o mistério da casa que acabaram de comprar, e onde fenômenos sobrenaturais estariam acontecendo. Aos poucos, outros membros vão se juntando à trupe, como a vidente Harriet (Tiffany Haddish) e o acadêmico Bruce Davis (Danny DeVito).

O elenco estrelado conta ainda com a participação de Jamie Lee Curtis, como Madame Leota, e de Winona Ryder, que faz uma aparição surpresa. Na versão original, Jared Leto faz a voz do fantasma Hatbox, que carrega a cabeça dentro de uma caixa.

“É uma comédia de elenco, que tem algum espaço para o gênero do terror florescer”, define o diretor, que chegou a trabalhar na Disneylândia da Califórnia enquanto fazia faculdade de cinema. “Temos esse misantropo obscuro que odeia as pessoas e que se vê preso na mansão com um monte de gente com quem ele nunca faria amizade em nenhuma outra circunstância, mas só trabalhando em conjunto com essas pessoas ele é capaz de desvendar os segredos que tem ali para conseguir sair.”

“Acho isso bem poderoso, porque somos poucos os que iremos conseguir escolher todas as pessoas e as condições que nos rodeiam, quase ninguém passa pela vida sem experimentar alguma perda ou alguma chateação que vai nos deixando um pouco mais cínicos”, avalia. “Mas esse filme diz: ‘Sim, teve isso, mas dá para rir enquanto as coisas vão melhorando e superar essa fase’.”

Fonte: Folha de SP

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