São Paulo
Na vida real, o romance entre o filho da presidente dos Estados Unidos e o príncipe da Inglaterra seria um escândalo capaz de alimentar capas de tabloides por anos a fio. Na ficção, também atiçou a curiosidade de muita gente com a publicação da ficção “Vermelho, Branco e Sangue Azul”.
Lançada em 2019 pela escritora americana Casey McQuiston, a obra ganhou uma adaptação em formato de filme, que chega ao Prime Video na sexta-feira (11). O F5 já assistiu à produção, que tem causado bastante expectativa nas redes sociais, especialmente entre quem já era fã —a trama gerou particular engajamento entre os booktokers (os usuários de TikTok que discutem literatura).
O longa não deve decepcionar esse público. Não há mudanças significativas no roteiro, que se manteve fiel à história que mistura romance e diplomacia. Mesmo com o desenrolar rápido que a tela exige, estão lá momentos que já encantaram os leitores, como os vários eventos oficiais que os protagonistas frequentam, as férias conjuntas, ainda como amigos, e a viagem a Paris.
A cena do bolo, uma das mais aguardadas, acontece como no original, com pedaços açucarados caindo em cima da dupla após eles derrubarem a mesa. É esse desastre que desencadeia uma quase crise diplomática entre os dois países, mas também o começo dos encontros intensos que os leva a encarar a sina do destino, superando o peso dos holofotes e das tradições familiares seculares.
O americano Taylor Zakhar Perez é quem interpreta o personagem Alex Claremont-Diaz, filho da presidente americana Ellen Claremont, vivida por Uma Thurman. Inicialmente, o rapaz fica confuso quanto a própria sexualidade após beijar o parceiro pela primeira vez, mas a política é compreensiva quando fica sabendo do caso, oferendo o acolhimento necessário.
Já o papel do príncipe Henry ficou com o britânico Nicholas Galitzine, que já tinha experiência como herdeiro da coroa na versão mais recente de “Cinderela” (2021). Embora a família real não seja tão presente na trama, o jovem tem que enfrentar a fúria do irmão e do avô para reafirmar sua identidade após o relacionamento se tornar público.
Embora a produção deva atrair principalmente quem já teve algum contato prévio com a trama, quem não leu o livro, pode assistir sem medo se estiver procurando uma diversão despretensiosa. Há elementos suficientes para entender o drama pós-adolescente e torcer pelo casal. E, se gostar, quem sabe se aprofundar nos personagens recorrendo ao livro depois.
Fonte: Folha de SP