Duelo de celulares: Galaxy S23 Ultra x iPhone 14 Pro


Teste compara desempenho, bateria, 5G e câmera dos smartphones mais caros das duas marcas. iPhone 14 Pro x Samsung Galaxy S23 Ultra
g1
iPhone 14 Pro e Galaxy S23 Ultra são os celulares 5G com os recursos mais avançados da Apple e da Samsung, lançados com cinco meses de diferença.
O iPhone foi anunciado em setembro de 2022, o Galaxy S23 agora, no início de fevereiro.
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O Guia de Compras testou os dois aparelhos para mostrar suas principais diferenças. Veja a seguir as principais características técnicas de cada um deles e, na sequência, os resultados do teste.
Apple iPhone 14 Pro
O Apple iPhone 14 Pro vai além da versão “normal” do celular, o iPhone 14 (veja o teste).
A resolução da câmera é maior, o aparelho conta com um processador mais poderoso e pequenos truques de sistema, como a “Dynamic Island”, o diferenciam do modelo mais básico da marca.
Ao lado do Galaxy S23 Ultra, o modelo da Apple ainda é um aparelho mais veloz em desempenho em alguns quesitos.
Já a câmera, em alguns momentos, pode deixar a desejar em comparação com o celular recém-lançado pela Samsung.
Nas lojas da internet, o iPhone 14 Pro com 128 GB de armazenamento era vendido por R$ 9.499 no meio de fevereiro – o mesmo valor do Galaxy S23 Ultra com 256 GB.
A versão do iPhone 14 Pro com 256 GB custava R$ 10.499. A Apple tem ainda versões com 512 GB (R$ 12.499) e 1 TB (R$ 14.499) para esse celular.
Samsung Galaxy S23 Ultra
O Samsung Galaxy S23 Ultra é o celular com recursos mais avançados da marca.
Se comparado à geração anterior (Galaxy S22 Ultra, veja o teste), parece o mesmo aparelho, com o design parecido. Mas a tela foi aprimorada e o conjunto de câmeras, que já era bom, ficou ainda melhor.
A duração da bateria também melhorou bastante, apesar da mesma capacidade (5.000 mAH).
E segue como o celular com a câmera mais versátil. São quatro lentes na traseira, incluindo um zoom de até 100x e 200 megapixels de resolução na câmera principal.
Porém, ainda perde para o iPhone 14 Pro na hora de “entender” melhor o contexto das cenas.
O iPhone consegue, usando processador e câmera, mostrar cenas com mais detalhes ao fundo em ambientes escuros.
O Samsung prioriza o que está em foco na frente, e isso vem desde a geração anterior (leia o comparativo de câmeras dos celulares de 2022)
O smartphone custava R$ 9.500 nas lojas on-line em fevereiro em sua versão com 256 GB de armazenamento. A Samsung não oferece esse modelo em 128 GB, mas tem variantes com 512 GB (R$ 10.499) e 1 TB (R$ 12.499).
Veja a seguir os resultados e, ao final, como os testes foram feitos.
Desempenho
O aparelho da Samsung conta com um processador Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy, da Qualcomm.
Na teoria, esse chip é um pouco mais rápido que o processador Snapdragon 8 Gen 2, usado por outros fabricantes, como Xiaomi.
Na prática, ele perde em desempenho geral para o A16 Bionic, usado pelo iPhone 14 Pro. Esses testes avaliam o uso simulado do aparelho no dia a dia (leia no final como eles são feitos).
Mas, em um comparativo geral, nenhum dos dois apresentou qualquer tipo de lentidão ou travamento durante o uso, com exceção da câmera no aparelho da Samsung.
O Galaxy S23 Ultra, ao fotografar na resolução máxima de 200 mp, esquenta um pouco e mostra uma notificação de que a imagem ainda está sendo salva. Isso ocorre sem impedir o uso da câmera para tirar outras fotos.
Para games e vídeos, o Galaxy S23 Ultra foi mais rápido que o iPhone 14 Pro nos testes de desempenho gráfico mais avançados.
Em um dos testes, que exige menos do poder de processamento, houve um empate. Isso significa que ambos rodam bem jogos de última geração para celular.
5G
Nos testes com 5G, o iPhone atingiu 515 Mbps como velocidade máxima de download, com 77 Mbps de upload.
Já o Galaxy S23 Ultra foi mais rápido, batendo 667 Mbps de download e 108 Mbps de upload.
Isso significa que – provavelmente – o iPhone não se conectou a uma rede de “5G puro” (ou standalone), mais veloz, e sim a uma rede NSA (non-standalone), que divide o sinal com as redes 4G.
Conheça os tipos de conexão 5G
Já o Samsung pode ter se conectado a um “5G puro”.
Bateria
O Galaxy S23 Ultra bateu mais de 15h30 de uso, graças a uma capacidade maior da bateria (5.000 mAh) em relação ao iPhone 14 Pro (3.200 mAh) e suas 10h30 de duração.
Os dois podem ser usados o dia todo longe da tomada – e vale notar que o padrão de uso varia de acordo com cada pessoa. E também não significa que o celular vá estar totalmente descarregado após esse tempo.
Câmeras
O iPhone 14 Pro vem com três câmeras na traseira, com uma principal de 48 megapixels, e duas de 12 mp – a teleobjetiva com zoom de 3x e uma grande angular/macro. O zoom óptico total, usando as lentes, chega a 6x.
Mas, para a Apple, fotografia não é apenas o sensor e a lente. Junto ao processador A16 Bionic, eles trabalham em conjunto para criar o que a Apple chama de “fotografia computacional”.
Aqui, o resultado final é aprimorado de forma automática, com a expectativa de sempre ter fotos muito boas o tempo todo. E, no geral, são.
Já o Samsung Galaxy S23 Ultra – como o S22 Ultra – é cheio de versatilidade.
Tem quatro lentes atrás: uma principal de 200 megapixels, uma grande angular de 12 mp, um zoom de 3x com 10 mp e outro zoom (10x) também com 10 mp.
Aqui, o conjunto de software, câmeras e processador utilizam o que a Samsung chama de “otimizador de cena”.
É um jeito automático de reconhecer em tempo real o que está sendo fotografado (como comida, bichos de estimação, paisagens) e ajustar a câmera para o melhor resultado.
No fim das contas, os tons das imagens feitas no Samsung ficam mais avermelhados, e os da Apple, mais azulados, como dá para ver abaixo nos dois exemplos – do gato e da paisagem:
A qualidade da imagem nos dois celulares é excelente. Mas ter um celular com câmera de 48 ou 200 mp não significa tirar fotos sempre nessa resolução máxima.
Os fabricantes adotam tecnologias que agrupam os pontos de luz (pixels) – 4 em um para a Apple e 16 em um para a Samsung.
Assim, os 48 mp viram fotos de 12 mp no iPhone 14 Pro, e os 200 mp viram 12,5 mp no Galaxy S23 Ultra.
E são esses “agrupamentos” de pontos que deixam as imagens com muito mais detalhes e nitidez.
O Galaxy S23 Ultra repete a fórmula do Galaxy S22 Ultra: a câmera principal é muito boa, o zoom de 3x é um excelente complemento e o zoom óptico de 10x faz uma grande diferença, aproximando bastante um objeto distante.
Veja abaixo a evolução das lentes – da grande angular ao zoom de 100x. Arraste a imagem para o lado para alternar as fotos.
Mas como a Samsung gosta de brincar com a tecnologia, essa mesma lente tem um periscópio. E aí você pode aproximar algo até 100x. Nos testes, até 50x, com boa iluminação, os resultados eram razoáveis.
Acima disso, é um borrão difícil de focar (ou entender), como dá para ver nas imagens acima.
A não ser, claro, que você queira fotografar a Lua, que é algo que só o S23 Ultra faz hoje em dia de forma decente. E nessa tentativa, o iPhone 14 Pro passa bem longe. Veja o exemplo a seguir:
Para fotografar a 48 mp com o iPhone 14 Pro, é preciso ativar o botão RAW nas opções da câmera.
As imagens são registradas em formato DNG – chamado de ProRAW pela Apple e que é uma espécie de “negativo digital” com a imagem natural capturada pelo sensor, sem ajustes automáticos.
Mas essas fotos em RAW ficam com arquivos gigantes – se uma foto “normal” em formato JPG ocupa 3 MB no armazenamento do iPhone, uma em DNG chega a 65 MB ou 70 MB. A edição pode ser feita no app Fotos do aparelho, ou em aplicativos de terceiros.
Já no Galaxy S23 Ultra, as fotos de resolução máxima aparecem em uma opção do menu principal da câmera – dá para escolher em tirar fotos de 200 mp ou 50 mp.
Mas, ao fazer essa escolha, dá para fotografar apenas com a lente principal, nada de zoom.
Uma alternativa para maior controle da qualidade da imagem é usar o app Expert RAW, que permite um ajuste mais profissional do resultado. A edição é feita no app Adobe Lightroom, que tem uma versão gratuita para celulares.
As fotos à noite, com menos luz, saem boas tanto no Samsung quanto no Apple. Mas o Galaxy S23 Ultra repete um comportamento do S22 Ultra: ele tende a priorizar o objeto à frente, deixando o fundo mais escuro.
No iPhone 14 Pro, isso já não acontece – o fundo também aparece mais iluminado.
No exemplo acima, o resultado dos dois celulares é bastante similar. Mas em outras situações envolvendo o céu noturno, o iPhone 14 Pro fica mais natural, o Samsung com um pouco mais de “efeitos especiais” nas nuvens.
Porém, entre as casas, a definição do Galaxy S23 Ultra é melhor.

O mesmo ocorre abaixo, com pouca luz: o iPhone 14 Pro priorizou o gato, o Galaxy S23 Ultra, os detalhes (mesmo que isso mude a cor do gato para ter iluminação máxima).
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Diferenças
A principal diferença do iPhone 14 Pro para os demais modelos da Apple é a chamada “Dynamic Island”, uma área no topo da tela que cobre o entalhe da câmera frontal e mostra notificações. Essa área também permite comandar apps, como tocadores de música.
Dynamic Island: recurso de animação no topo da tela do iPhone 14 Pro mostra informações relevantes
Reprodução
O modelo também conta com algo que existia lá nos Nokia em 2010 e por vários Androids também, a tela sempre ligada, ou “Always on Display”.
Quando desativada, a tela mostra relógio e notificações em um modo de baixo consumo de energia.
Para completar os diferenciais, o iPhone 14 Pro conta com um modo de detecção de acidentes – que chama os serviços de emergência caso os sensores percebam um potencial acidente de carro (ou por engano em um passeio de montanha-russa).
O recurso funciona no Brasil, segundo a Apple.
O iPhone 14 Pro também tem um novo modo de chamada de emergência por satélite, que ainda não está disponível no Brasil.
Já o Samsung Galaxy S23 Ultra segue a versão do ano passado (S22 Ultra) e também vem com a caneta S-Pen integrada ao corpo.
O recurso, vindo da extinta linha Galaxy Note, permite anotar, desenhar e tentar aumentar a produtividade usando o celular apenas.
Samsung Galaxy S23 Ultra: a caneta S-Pen fica guardada na base do celular
Henrique Martin/g1
No software, o smartphone da Samsung roda Android 13, o mais recente. A interface usada pela fabricante se chama OneUI 5 e vem com muitos recursos de personalização, gerenciamento de saúde e também para trabalho no telefone.
A única coisa que não deu para testar no Galaxy S23 Ultra, por conta da falta de condições favoráveis no céu de São Paulo, foi o recurso de fotografia noturna, chamada astrofotografia.
Com ele, diz a Samsung, é possível fotografar o céu noturno e gravar vídeos de estrelas e planetas em movimento.
Conclusão
Tanto iPhone 14 Pro como Galaxy S23 Ultra representam o que Apple e Samsung fazem de melhor em celulares 5G. Ambos custam mais caro e o número de recursos justifica o preço.
São aparelhos com câmeras muito boas, com foco excelente e que geram imagens bastante nítidas mesmo à noite, bateria de longa duração.
Uma diferença grande que vale ressaltar é a promessa de atualização de sistema operacional nos dois aparelhos.
É algo importante por garantir uma vida útil maior ao aparelho e que nem todos os fabricantes comentam sua estratégia.
A Apple não costuma divulgar por quantos anos um iPhone terá atualizações do iOS, mas o histórico da marca indica pelo menos cinco anos.
Com essa estimativa, o iPhone 14 Pro, lançado em 2022 com iOS 16, pode ter upgrades de sistema pelo menos até 2027.
Já a Samsung promete quatro atualizações de sistema Android para seus celulares mais caros. Desse modo, deve chegar ao Android 17 em 2026 ou 2027 pelo menos.
A marca também diz que fornece cinco anos de atualizações de segurança, então o suporte ao S23 Ultra deve ir até 2028.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 5, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
Os testes de 5G foram feitos usando uma linha da operadora Vivo, no bairro do Cambuci, em São Paulo. O aplicativo SpeedTest, da Ookla, serviu para medir velocidades de download e upload.
Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.
ATENÇÃO PARA O 5G: Os resultados do teste com 5G dependem de diversos fatores, como qualidade do sinal, distância da antena 5G, se o 5G é “puro” (o chamado standalone) ou compartilhado com a rede 4G (“non-standalone”) e até mesmo usar o celular em ambiente interno ou externo.
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Fonte: Folha | G1 | Olhar Digital

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