‘Teen Wolf’ volta como filme para agradar fãs da geração TikTok: ‘Não nos deixavam em paz’

São Paulo

Colton Haynes, 34, deixou de ser um personagem regular em “Teen Wolf” (2011-2017) há mais de uma década. Na série adolescente de fantasia, ele vivia o atlético Jackson Whittemore, estrela do time de lacrosse e namorado de uma das alunas mais populares da escola de Beacon Hills.

De lá para cá, muita coisa mudou na vida dele. O ator revelou que é gay, se casou e se divorciou. Perdeu a mãe para uma cirrose e a irmã para um câncer, entrou e saiu de uma clínica para se tratar do abuso de álcool e drogas. Mas uma coisa permaneceu constante em todo esse período: os pedidos de fãs para verem cenas inéditas de seu personagem.

Ele não era o único —a maioria dos envolvidos na produção, que fez relativo sucesso na década passada, conta que isso era comum, em especial nas redes sociais. Como a série se encerrou em 2017, o criador Jeff Davis, 47, propôs continuar a história dos personagens em um filme, que estreia na sexta-feira (27) no serviço de streaming Paramount+.

“Basicamente, fomos resgatados pela geração do TikTok”, surpreende-se Haynes. “Esse é o motivo desse filme existir. Foi essa nova geração que descobriu ‘Teen Wolf’ e que não deixava nenhum de nós em paz. Ou nós fazíamos o filme ou eles iam nos pegar (risos).”

O ator, que participou da edição mais recente da CCXP, em dezembro de 2022, em São Paulo, conta que os brasileiros tiveram uma grande participação nesse retorno. “Eu tenho mais seguidores no Brasil do que nos Estados Unidos”, afirma.

“No meu caso, o número também é bem próximo, mas o Brasil ainda precisa correr atrás”, brinca Shelley Hennig, 36, que interpreta a personagem Malia Tate e também esteve na CCXP. “O Brasil sempre foi incrível conosco”, prossegue, mais séria. “Nós sempre nos sentimos muito amados pelos brasileiros, mesmo quando estamos na Califórnia.”

Na série original, Malia foi o derradeiro interesse amoroso de Scott McCall (Tyler Posey), o lobisomen já não tão adolescente a que o título faz referência. No último episódio, os dois terminam juntos, mas a atriz faz mistério sobre como está a relação no momento.

“Bem, o tempo passou e, assim como em qualquer relação, quando isso acontece ou ela progride ou anda pra trás”, avalia. “Vai ser interessante ver onde eles se encontram a dinâmica que estabeleceram”, promete.

Apesar de a Paramount fazer suspense com relação à trama, o fato de a atriz Crystal Reed, 37, estar escalada já abriu margem para diversas especulações por parte dos fãs. Isso porque ela dá vida à jovem Allison Argent, que foi o primeiro amor de Scott e que morreu nos braços dele na terceira temporada.

A personagem tem uma forte conexão com a motivação de Scott para voltar a Beacon Hills, bem como para reunir quase todos os personagens que faziam parte do enredo principal. Uma exceção foi Dylan O’Brien, 31, que foi convidado, mas recusou voltar ao papel de Stiles Stilinski. “Decidi que [a série] foi deixada em um ótimo lugar para mim, e é lá que quero que continue”, disse à Variety sobre a decisão.

Para quem decidiu voltar, os sentimentos foram contraditórios. “Em muitos momentos, nem sabia que estávamos gravando, pensava que ainda estávamos ensaiando “, afirma Haynes, que disse que a experiência foi como voltar ao colégio anos depois.

“Para mim, foi um sentimento esmagador, no melhor sentido da palavra. Fiquei emotiva em vários momentos”, confirma Hennig. “Antes de gravar, o diretor sempre dizia para nos divertirmos, e era isso o que nós queríamos também. Não estávamos realizando uma cirurgia cerebral nem salvando vidas de verdade. Então, espero que dê para sentir isso do outro lado da tela.”

O único momento em que não cabia tanta descontração foi na hora de gravar a transformação da personagem em coiote. “Quando volto ao corpo da personagem, não tenho roupas, então fico pelada bastante tempo”, revela. “Em cena, a gente trabalha com um animal de verdade, e eu passei um tempão para conseguir pegar as marcas certinhas dessa coiote, que era uma pequena diva (risos).”